segunda-feira, 1 de abril de 2013

Rua Alegria



Descia elegante, como só ela o sabia ser, a rua que tão bem conhecia.
Conhecia aquela rua, tal como a anterior e a próxima.
Conhecia bem todas as que do seu caminho faziam parte.

Todos a conheciam, todos a cumprimentavam.
Como uma daquelas famosas estrelas, apesar de assim ela não se sentir.
Era respeitada, era acarinhada.

Não se sentia importante, outras vezes podia passar despercebida, mas era notada.
Se um dia na rua não aparecesse. Se naquele dia não dançasse pela rua, a sua falta seria sentida.

Desce a rua dançando, numa dança que ela tão bem sabe.
Dança acompanhada. Porque para uma bonita dança precisa de um par.
E o seu par nunca a deixa; nunca a deixou mal durante a dança.

Ela desce a rua, dança pela rua, juntamente com o seu par.
Por onde passa todos ficam gratos pelo seu espectáculo.
Talvez de forma inconsciente, mas agradecidos.

Com quem o quiser, ela fala; a quem quiser ouvir, ela canta.
Canta para se alegrar, para alegrar a rua, para alegrar a sua dança.
Canta porque está feliz, e por ser feliz dança.

No início da rua apareceu, a meio continuou a dançar.
No fim da rua, com um alegre canto, olha para a próxima.
E segue as suas ruas, o seu caminho.

Dançando, cantando, varrendo..

1 comentário:

Diana disse...

Bonito texto! E bonito título :D