Descia elegante, como só ela o
sabia ser, a rua que tão bem conhecia.
Conhecia aquela rua, tal como a
anterior e a próxima.
Conhecia bem todas as que do seu
caminho faziam parte.
Todos a conheciam, todos a
cumprimentavam.
Como uma daquelas famosas
estrelas, apesar de assim ela não se sentir.
Era respeitada, era acarinhada.
Não se sentia importante, outras
vezes podia passar despercebida, mas era notada.
Se um dia na rua não aparecesse. Se
naquele dia não dançasse pela rua, a sua falta seria sentida.
Desce a rua dançando, numa dança
que ela tão bem sabe.
Dança acompanhada. Porque para
uma bonita dança precisa de um par.
E o seu par nunca a deixa; nunca
a deixou mal durante a dança.
Ela desce a rua, dança pela rua,
juntamente com o seu par.
Por onde passa todos ficam gratos
pelo seu espectáculo.
Talvez de forma inconsciente, mas
agradecidos.
Com quem o quiser, ela fala; a
quem quiser ouvir, ela canta.
Canta para se alegrar, para
alegrar a rua, para alegrar a sua dança.
Canta porque está feliz, e por
ser feliz dança.
No início da rua apareceu, a meio
continuou a dançar.
No fim da rua, com um alegre
canto, olha para a próxima.
E segue as suas ruas, o seu
caminho.
Dançando, cantando, varrendo..
1 comentário:
Bonito texto! E bonito título :D
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