Vejo-te ali no meio, sozinha, perdida,
mas não abandonada.
Ali
naquele meio vazio vais enfrentando o que contra ti aprontam.
Toleras
os ventos, as chuvas, o calor; os de hoje, os de ontem, tal como irás tolerar
os de amanhã.
Sozinha,
ao longe pareces frágil e pequena, ali naquele meio em que a única que se
avista és tu.
Vista
de perto, és forte robusta, imponente, sólida e nada te deita por terra.
Poucos
te conhecem como és. Poucos conhecem a tua força, a tua resistência ao que te
quer mandar abaixo.
Poucos
te conhecem porque a poucos deixaste que se aproximassem, a poucos abriste as
tuas portas.
A
poucos deixaste te conhecerem por dentro, lhes ofereceste o teu conforto e
segurança.
Dás
vida a esse meio vazio, por ele tu vives e sobrevives.
Aí
tu me acolhes, na tua força, acolhes-me e me mostras de onde ela vem. Que
apenas estamos sozinhos porque ninguém nos acompanha ou iguala, e que assim
teremos que ser fortes.
À tua
volta outras tentaram-te acompanhar, mas nenhuma ficou, todas fracas, nenhuma
com a tua força.
Mas,
esperas por aquela, a que te acompanhará nesse meio vazio, que não tombe como
outras antes com a mais pequena brisa.
Até
lá por aí ficarás, forte, mas sozinha.
1 comentário:
beeeemmm tens uma alma poética, muito bonita as palavras. :D
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